A primeira coisa que se espera que um organizador de feira é que seja um coordenador e que tenha profissionalismo.
O profissionalismo é entendido como as características e capacidades específicas para executar o que está se propondo. É a complexa variedade de habilidades que um profissional deve ter para desempenhar o trabalho com dignidade, justiça e responsabilidade. Atuar como um organizador é ser mais que um simples desenhista de layout e recebedor de cheques.
Falar sobre as funções e os papéis esperados do organizador como gestor de uma equipe é complicado, uma tarefa difícil. Sei que me proponho a tratar de assunto delicado e gerador de discussões, mas que deve ser abordado.
Nestes últimos três anos que venho participando freqüentemente de feiras no Distrito Federal fiz algumas observações. Infelizmente muitas delas não são agradáveis, mas acredito que há necessidade de compartilhá-las e espero que sejam compreendidas e que sirvam de alerta.
Na minha opinião, um organizador deve estar aberto a mudanças, ser aquele que defende e acredita na feira que está se propondo a concretizar, alguém que deseja se consolidar no mercado. Até porque, enquanto viva e sadia a feira estiver, estará realizando não só o sonho de muitos artesãos, mas também dando um passo para o seu próprio sucesso. Lidar e envolver pessoas com certeza não é das tarefas mais fáceis.
É claro que todo conhecimento novo gera necessidade de mudança de atitude e é importante saber o que o mercado precisa. Nós, enquanto artesãos, temos que ter consciência das inúmeras possibilidades, de revisão de valores, de fazer com paixão aquilo que propomos e acreditamos. Isso também se espera também de um organizador.
Atitudes tomadas por uma grande maioria dos organizadores aqui do DF, do tipo não gosto do seu trabalho e portanto não tem vaga para você ou então julgo o trabalho pela necessidade que determinado artesão tem em participar de uma feira são atos subjetivos, fora dos parâmetros de uma análise de competência. Isso sem mencionar os tais organizadores que deixam de chamar algum artesão para participar da feira porque ele faz um trabalho igual ao meu, que de igual nada tem. Tem ainda aquele outro tipo de organizador que sem um motivo aparentemente justificável não aceita determinado trabalho porque não simpatiza com o artesão ou com o que ele produz, ou então não chama ele com falsas desculpas e chama outro que produz trabalho semelhante.
Nas grandes mudanças que acontecem (como o aumento da concorrência, a dificuldade de fazer diferenciação, trabalhar com definição clara de resultados a serem entregues) é preciso verificar uma maneira de equilibrar qualidade com custos financeiros e estabelecer um preço adequado para definir um posicionamento estratégico firme. Essas são algumas das atitudes que fazem com que uma feira se concretize. Não é correto nem adequado que um organizador cobre um valor de um artesão e outro de seu colega. Acredito que estabelecer uma tabela de preços justa, baseada em argumentos bem definidos, tipo metragem de espaço, já seria um começo bem correto e ético.
Ah! A tal ética. Aquela que é um conjunto de valores morais e princípios que norteiam a conduta humana na sociedade. Aquela que serve para que haja um equilíbrio e bom funcionamento social, possibilitando que ninguém saia prejudicado. Neste sentido, a ética, embora não possa ser confundida com as leis, está relacionada com o sentimento de justiça. Aquela que quase todo organizador de feira esquece, não utiliza, não sabe o que é. Com certeza a ética não está presente em atitudes como a de adotar diferentes regras de participação para cada artesão, ou seja, para uns são umas e para outros são outras. Não há regras válidas para todos os expositores da feira, mas sim regras diferentes para cada um.
Existe também a questão cultural. Infelizmente o artesão acha que ele precisa do organizador da feira, mas sabe-se que no mercado é o contrário. Sem o artesão o organizador não conseguirá organizar sua feira e muito menos colocar algum lucro em seu bolso.
Concluo lembrando o que certa vez li em um texto do professor e consultor Carlos Antônio Monteiro. Ele diz que o coordenador é um verdadeiro maestro: "Ele tem que verificar como tirar o máximo do talento de cada um dos seus especialistas que podem vir a compor uma orquestra bem afinada. Debaixo de uma partitura, chamada projeto, pode, efetivamente, fazer uma música maravilhosa e que significa sucesso."
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O profissionalismo é entendido como as características e capacidades específicas para executar o que está se propondo. É a complexa variedade de habilidades que um profissional deve ter para desempenhar o trabalho com dignidade, justiça e responsabilidade. Atuar como um organizador é ser mais que um simples desenhista de layout e recebedor de cheques.
Falar sobre as funções e os papéis esperados do organizador como gestor de uma equipe é complicado, uma tarefa difícil. Sei que me proponho a tratar de assunto delicado e gerador de discussões, mas que deve ser abordado.
Nestes últimos três anos que venho participando freqüentemente de feiras no Distrito Federal fiz algumas observações. Infelizmente muitas delas não são agradáveis, mas acredito que há necessidade de compartilhá-las e espero que sejam compreendidas e que sirvam de alerta.
Na minha opinião, um organizador deve estar aberto a mudanças, ser aquele que defende e acredita na feira que está se propondo a concretizar, alguém que deseja se consolidar no mercado. Até porque, enquanto viva e sadia a feira estiver, estará realizando não só o sonho de muitos artesãos, mas também dando um passo para o seu próprio sucesso. Lidar e envolver pessoas com certeza não é das tarefas mais fáceis.
É claro que todo conhecimento novo gera necessidade de mudança de atitude e é importante saber o que o mercado precisa. Nós, enquanto artesãos, temos que ter consciência das inúmeras possibilidades, de revisão de valores, de fazer com paixão aquilo que propomos e acreditamos. Isso também se espera também de um organizador.
Atitudes tomadas por uma grande maioria dos organizadores aqui do DF, do tipo não gosto do seu trabalho e portanto não tem vaga para você ou então julgo o trabalho pela necessidade que determinado artesão tem em participar de uma feira são atos subjetivos, fora dos parâmetros de uma análise de competência. Isso sem mencionar os tais organizadores que deixam de chamar algum artesão para participar da feira porque ele faz um trabalho igual ao meu, que de igual nada tem. Tem ainda aquele outro tipo de organizador que sem um motivo aparentemente justificável não aceita determinado trabalho porque não simpatiza com o artesão ou com o que ele produz, ou então não chama ele com falsas desculpas e chama outro que produz trabalho semelhante.
Nas grandes mudanças que acontecem (como o aumento da concorrência, a dificuldade de fazer diferenciação, trabalhar com definição clara de resultados a serem entregues) é preciso verificar uma maneira de equilibrar qualidade com custos financeiros e estabelecer um preço adequado para definir um posicionamento estratégico firme. Essas são algumas das atitudes que fazem com que uma feira se concretize. Não é correto nem adequado que um organizador cobre um valor de um artesão e outro de seu colega. Acredito que estabelecer uma tabela de preços justa, baseada em argumentos bem definidos, tipo metragem de espaço, já seria um começo bem correto e ético.
Ah! A tal ética. Aquela que é um conjunto de valores morais e princípios que norteiam a conduta humana na sociedade. Aquela que serve para que haja um equilíbrio e bom funcionamento social, possibilitando que ninguém saia prejudicado. Neste sentido, a ética, embora não possa ser confundida com as leis, está relacionada com o sentimento de justiça. Aquela que quase todo organizador de feira esquece, não utiliza, não sabe o que é. Com certeza a ética não está presente em atitudes como a de adotar diferentes regras de participação para cada artesão, ou seja, para uns são umas e para outros são outras. Não há regras válidas para todos os expositores da feira, mas sim regras diferentes para cada um.
Existe também a questão cultural. Infelizmente o artesão acha que ele precisa do organizador da feira, mas sabe-se que no mercado é o contrário. Sem o artesão o organizador não conseguirá organizar sua feira e muito menos colocar algum lucro em seu bolso.
Concluo lembrando o que certa vez li em um texto do professor e consultor Carlos Antônio Monteiro. Ele diz que o coordenador é um verdadeiro maestro: "Ele tem que verificar como tirar o máximo do talento de cada um dos seus especialistas que podem vir a compor uma orquestra bem afinada. Debaixo de uma partitura, chamada projeto, pode, efetivamente, fazer uma música maravilhosa e que significa sucesso."
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