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terça-feira, 17 de novembro de 2009

É difícil gostar do cerrado?

Hoje vou meio que plagiar o texto de uma colunista aqui de Brasília.
Como assim? Tava eu cá pesquisando umas coisitas quando me deparei com o texto dela. Caracas, como diria o Pedro Augusto, muito bom e parece que ela me ouviu falando nas feiras.
Então aí vai o meio plagio reescrito com o devido crédito logo abaixo.

Primeiro vou lembrar que quando cheguei em Brasília a primeira coisa que me impressionou foi a força das árvores. Me encantei por elas e por seu enorme poder de regeneração às primeiras gotas de chuva.

Mas vamos lá ao texto:

Lembrando: "Nem tudo que é torto é errado, veja as pernas do Garrincha e as árvores do cerrado, diz o poema do Nicolas Behr".

"Que surpresa se tem quando as árvores do cerrado ganham seus 'brincos' de flores. Como brotou tanta beleza de tanta feiúra? Antes que os muitos apaixonados pelo cerrado me mandem e-mails de desagravo, esclareço que, a bem da verdade, acho lindas as árvores encarquilhadas e todo o conjunto da obra.

Pra quem vem da Amazônia ou da região de Mata Atlântica (ah! eu Adriane sou desta mata), as árvores do cerrado são um arremedo de vegetação. Essa espantosa feiúra foi a responsável pelos séculos de desprezo que o país teve e a rigor até hoje tem por sua savana. Ao primeiro olhar, o cerrado é um triste espetáculo da natureza.

Descobrir a beleza das árvores carapinhas, por exemplo, é um processo longo. Começa por você conviver com elas todos os dias. Acompanhar suas mudanças de humor, de verdejantes a acinzentadas, de acinzentadas a nuas em pêlo, de nuas em pêlo a inteiramente floridas. Saber que a casca grossa e caroquenta que recobre os troncos 'pernas-de-Garrincha' são uma espécie de cortiça e que elas têm um sentido de sobrevivência.

Acreditam os cientistas que o cerrado, como as muitas savanas do mundo, coexistem com os incêndios naturais, seja de raios, muito comuns nas regiões abertas, de atividades vulcânicas, desde tempos remotos. Para resistir às queimadas, as árvores foram criando uma casca grossa.

Crispada na sua absurda tentativa de se manter viva, a árvore do cerrado tem de enfrentar a seca bruta dos meses de maio a setembro. Então, busca água no mais fundo da terra. Por isso tem raízes longas, perfurantes, insistentes.

Árvore do cerrado brota de um solo ácido, com poucos nutrientes, o que a deixa baixinha e retorcida. Quase-anã, tortinha, ressequida, feiosa, mesmo assim a árvore do cerrado é a mais resistente no mundo das árvores. Reanima-se rapidamente depois de um incêndio e produz flores as mais delicadas.

Ainda bem que o cerrado se negou à esterilidade, à ausência absoluta de vida, e saiu das entranhas áridas do chão vermelho para compor uma obra das mais sofisticadas da natureza. Mas é preciso paciência para descobrir a beleza do cerrado. É mais fácil gostar da Amazônia."

Neste momento me lembro de um comentário de um primo meu: "mato tem em todo lugar". Lá isso é verdade, mas hoje, aqui e agora quem precisa de socorro é o cerrado e é por ele que estou apaixonada.

Ah! Sim, o texto é da Conceição. Se quiser conferir na íntegra clique aqui.

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